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Confira abaixo a íntegra da matéria postada pelo Curso ENEM Gratuíto. Link: O que é polilaminina e por que ela pode ser a chave no tratamento da paralisia?
Imagine o seguinte cenário: um acidente, uma queda ou uma lesão que, de repente, tira de você a capacidade de andar, de mover os braços ou de sentir partes do seu corpo. Isso acontece com milhares de pessoas no Brasil e no mundo, e as lesões na medula espinhal frequentemente resultam em paralisia e perda de movimentos.
Mas, e se nós te dissessemos que a ciência brasileira pode estar a um passo de mudar essa realidade?
Uma notícia recente, trouxe a esperança de um avanço médico extraordinário. Uma equipe de biólogos do Brasil desenvolveu um medicamento, a polilaminina, que pode ser capaz de restabelecer a medula espinhal em pessoas que sofreram lesões graves.
O que é a polilaminina?
A polilaminina é uma substância produzida a partir de uma proteína extraída da placenta. Essa proteína tem o potencial de regenerar a medula espinhal, um tecido extremamente delicado e de difícil regeneração.
O medicamento foi desenvolvido pelo laboratório Cristália e, apesar de ainda aguardar a autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar os estudos clínicos regulatórios, os resultados da fase experimental são animadores. Pacientes que participaram dos testes tiveram uma recuperação total de seus movimentos.
Por que isso é tão importante?
A medula espinhal é um cordão nervoso que se estende do cérebro até a parte inferior da coluna vertebral. Ela é o principal canal de comunicação entre o cérebro e o resto do corpo, controlando nossos movimentos e sensações. Quando ela é lesionada, essa comunicação é interrompida, resultando na paralisia.
Até hoje, as opções de tratamento para lesões na medula espinhal são limitadas, focando principalmente em reabilitação e em terapias que ajudam o paciente a se adaptar à nova realidade. Por isso, a possibilidade de um medicamento que regenere o tecido danificado é considerada uma verdadeira revolução.
Casos de recuperação que impressionam
Os resultados da fase experimental do medicamento, conduzida em um estudo acadêmico com oito voluntários, foram surpreendentes e trouxeram evidências de sua eficácia, embora ainda preliminares.
Bruno Drummond
Após um acidente de carro que o deixou tetraplégico, ele recebeu a aplicação da polilaminina apenas 24 horas depois do trauma. Em cerca de cinco meses, ele se recuperou completamente, sem sequelas, e hoje vive uma rotina normal, o que o torna um exemplo de sucesso no tratamento de lesões recentes.
Hawanna Cruz Ribeiro
Atleta paralímpica, ela ficou tetraplégica após uma queda. A atleta foi submetida ao tratamento três anos após a lesão, e relatou ter recuperado entre 60% e 70% do controle do tronco, além de ter notado o retorno de sensibilidade em sua bexiga. Seu caso é uma demonstração de que o medicamento também pode trazer melhorias significativas para lesões crônicas.
Por que ainda vai levar um tempo até o medicamento ser liberado para uso?
Apesar dos resultados promissores, é crucial entender que o medicamento ainda não está disponível para o público. Ele agora precisa passar pelas rigorosas fases de estudos clínicos regulatórios (fases 1, 2 e 3), um processo que pode durar vários anos.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), responsável por garantir a segurança e a eficácia de novos medicamentos, está em contato com o laboratório Cristália. A agência esclareceu que, no momento, ainda aguarda a complementação de dados sobre os estudos pré-clínicos antes de autorizar a fase de testes em humanos. Esse processo é normal e indispensável para assegurar que o medicamento não cause danos aos pacientes. A expectativa do laboratório é que essa aprovação ocorra em breve, permitindo o início dos testes em hospitais de São Paulo, como o Hospital das Clínicas e a Santa Casa, inicialmente para pacientes com lesões recentes (com até três meses de trauma).