Cookies
Nuestro sitio web utiliza cookies para mejorar su experiencia de navegación. Al continuar su navegación, se considera su acuerdo con nuestra política de usarlos. Para obtener más información, consulte nuestra Política de cookies.
Jornalista: Marcia R. Corradini
Revista Setorial Valor Saúde
27/06/19 - O efervescente mercado farmacêutico no Brasil está atraindo novos investimentos, contratações, empresas internacionais e multiplicando startups brasileiras. “Os laboratórios nacionais estão investindo na compra de operações e ampliação de capacidade de produção para absorver linhas de remédios que os laboratórios estrangeiros não podem manter dentro de casa”, diz Henrique Tada, presidente-executivo da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac). Segundo ele, o fato de o setor crescer a uma taxa média de quase dois dígitos, mesmo nos períodos de crise, anima a expansão dos líderes e atrai os pequenos.
O grupo gaúcho RPH é um dos recém-nascidos no setor. É uma startup, que surgiu em 2008 em uma incubadora no Rio Grande do Sul, e acaba de consolidar seu projeto-piloto na Beneficência Portuguesa (BP), em São Paulo. Agora, está se preparando para “ir para a rua" com seis novas unidades e aporte de capital de fundos de investimentos.
“Nós começamos a RPH incubados, com um médico como sócio, produzindo kits frios para radiofármacos, destinados aos exames de medicina nuclear. No Brasil, só o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) fornece os radiofármacos, que são adicionados aos kit frios (o veículo) para a injeção nos pacientes, ou seja, temos uma rota bastante nacional aqui, com uma relação boa com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que autoriza e supervisiona nossas operações”, diz Rafael Madke, o comandante da RPH. Ele deve inaugurar, no segundo semestre, a primeira unidade “de rua” em São Paulo, para manipulação de injetáveis, já adicionados aos radiofármacos para uso direto em clínicas e hospitais especializados em medicina nuclear.
“Um injetável com radiofármaco pronto tem uma vida útil curta e os seus similares importados custam até R$ 1,5 mil, em decorrência da segurança no transporte e manipulação, e nós começamos a fazê-los por R$ 250 a dose. Como temos que ter unidades de manipulação bem próximas dos principais centros de consumo, vamos abrir seis novas unidades para operar no país, em dois anos”, explica Madke. A empresa atende a maioria das 410 clínicas de medicina nuclear do país, das quais 75% são privadas e 30% do Sistema Único de Saúde (SUS).
Mas o grande salto da companhia está porvir. Recentes pesquisas médicas mostram que o mesmo veículo radioativo, que marca as células ou tecidos para exames, pode conduzir com propriedade e eficiência a medicação de radioterapia. "São os chamados teranóstícos, que resultam da união do diagnóstico por imagem com a terapia em si, na mesma molécula ou moléculas simples, marcadas com radionuclídeos. Isso vai ser um novo boom na medicina nuclear, um mercado para o qual temos mais que multiplicar a empresa”, prevê Madke. Hoje o preço de um teranóstico, na sua linha de produção, sai de RS 350 a R$ 370 a dose.
Mas não são só os pequenos que estão ocupando mercados novos de alta tecnologia. O Laboratório Cristália, que tem parcerias para novas moléculas dentro do laboratório Sincrotom do projeto Sirius (Colisor de Electrons), em Campinas (SP), acaba de inaugurar uma nova fábrica, a primeira farmoquímica oncológica de alta potência, com investimentos de R$ 150 milhões, em Itapira (SP), produzindo seis insumos ativos (IFAS) para medicamentos do tratamento de adenomas e cânceres diversos, substituindo importações.
“O Brasil importava até hoje 100% dos insumos para a produção de medicamentos contra câncer e nosso investimento foi todo com capital próprio”, diz Ogari de Castro Pacheco, acionista e presidente do Cristália. “Acabamos de firmar joint venture com a chinesa Nanjing King-Friend para coparticipação no mercado, tanto do que desenvolvermos aqui quanto o que desenvolvermos lá.”
A União Química investiu RS 60 milhões em pesquisa, especialmente em biotecnologia, na sua controlada Bthek, dedicada a biofármacos, e na joint venture Bionovis (detém 25%, com mais três laboratórios nacionais), para medicamentos biotecnológicos. Das sete fábricas da União, duas são para produção de remédios de marcas de terceiros.
A Natulab, que produz fitoterápicos e ocupa a quinta colocação em medicamentos isentos de prescrição no país, acaba de inaugurar nova fábrica de suplementos alimentares, como derivados do ômega 3 e complexos de cálcio e vitamina D. “A companhia dobrou de tamanho em dois anos e deve crescer 29% em 2019”, diz Wilson Borges, CEO da empresa, que faturou R$ 844 milhões em 2018.
Em março deste ano, a empresa investiu RS 30 milhões na aquisição da marca Horatil, da francesa Biocodex, um probiótico para regulação intestinal, que deve representar cerca de 25% de sua receita neste ano.
Já a indiana ACG inaugurou em abril de 2018, em Pouso Alegre (MG), sua mais moderna fábrica de cápsulas gelatinosas para remédios do mundo, na qual investiu desde 2013 o montante de RS 350 milhões. “Estamos crescendo em todos os segmentos do mercado e projetamos aumento de vendas de 20% neste ano”, afirma Roberson Petrungario, CEO do grupo.
A americana Becton Dickison (BD), da área de suprimentos médicos (seringas, cateteres, agulhas) e equipamentos para laboratórios e hospitais, também inaugurou neste ano uma nova fábrica de tubos para coleta de sangue a vácuo, em Curitiba (PR), na qual investiu ao redor de RS 120 milhões. Além disso, a empresa ampliou sua liderança nacional em equipamentos e suprimentos médicos, após a compra da outra americana, a Bard. “Com essa aquisição fortalecemos nossa presença no Brasil com grande competitividade econômica”, diz Waldan D. de Souza, diretor de assuntos corporativos.
A expansão contínua do mercado atraiu ainda a finlandesa de papéis Ahlstrom Munksjõ, para a produção de papéis finos para bulas de remédios e cosméticos. Segundo Luciano Neves, diretor para a América Latina da empresa, de janeiro a abril deste ano as vendas deste tipo de papel dobraram no Brasil. Tal desempenho animou a empresa a fazer, a partir de agosto, seu maior investimento no Brasil: vai aplicar cerca de US$ 100 milhões na modernização da fábrica de Jacareí (SP), aumentando sua capacidade de revestimento simples e duplo de papéis, depois de ter adquirido, em 2018, a unidade de Caieiras (SP) da MD Papéis.
Jornalista: Marcia R. Corradini
Revista Setorial Valor Saúde
27/06/19 - O efervescente mercado farmacêutico no Brasil está atraindo novos investimentos, contratações, empresas internacionais e multiplicando startups brasileiras. “Os laboratórios nacionais estão investindo na compra de operações e ampliação de capacidade de produção para absorver linhas de remédios que os laboratórios estrangeiros não podem manter dentro de casa”, diz Henrique Tada, presidente-executivo da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac). Segundo ele, o fato de o setor crescer a uma taxa média de quase dois dígitos, mesmo nos períodos de crise, anima a expansão dos líderes e atrai os pequenos.
O grupo gaúcho RPH é um dos recém-nascidos no setor. É uma startup, que surgiu em 2008 em uma incubadora no Rio Grande do Sul, e acaba de consolidar seu projeto-piloto na Beneficência Portuguesa (BP), em São Paulo. Agora, está se preparando para “ir para a rua" com seis novas unidades e aporte de capital de fundos de investimentos.
“Nós começamos a RPH incubados, com um médico como sócio, produzindo kits frios para radiofármacos, destinados aos exames de medicina nuclear. No Brasil, só o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) fornece os radiofármacos, que são adicionados aos kit frios (o veículo) para a injeção nos pacientes, ou seja, temos uma rota bastante nacional aqui, com uma relação boa com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que autoriza e supervisiona nossas operações”, diz Rafael Madke, o comandante da RPH. Ele deve inaugurar, no segundo semestre, a primeira unidade “de rua” em São Paulo, para manipulação de injetáveis, já adicionados aos radiofármacos para uso direto em clínicas e hospitais especializados em medicina nuclear.
“Um injetável com radiofármaco pronto tem uma vida útil curta e os seus similares importados custam até R$ 1,5 mil, em decorrência da segurança no transporte e manipulação, e nós começamos a fazê-los por R$ 250 a dose. Como temos que ter unidades de manipulação bem próximas dos principais centros de consumo, vamos abrir seis novas unidades para operar no país, em dois anos”, explica Madke. A empresa atende a maioria das 410 clínicas de medicina nuclear do país, das quais 75% são privadas e 30% do Sistema Único de Saúde (SUS).
Mas o grande salto da companhia está porvir. Recentes pesquisas médicas mostram que o mesmo veículo radioativo, que marca as células ou tecidos para exames, pode conduzir com propriedade e eficiência a medicação de radioterapia. "São os chamados teranóstícos, que resultam da união do diagnóstico por imagem com a terapia em si, na mesma molécula ou moléculas simples, marcadas com radionuclídeos. Isso vai ser um novo boom na medicina nuclear, um mercado para o qual temos mais que multiplicar a empresa”, prevê Madke. Hoje o preço de um teranóstico, na sua linha de produção, sai de RS 350 a R$ 370 a dose.
Mas não são só os pequenos que estão ocupando mercados novos de alta tecnologia. O Laboratório Cristália, que tem parcerias para novas moléculas dentro do laboratório Sincrotom do projeto Sirius (Colisor de Electrons), em Campinas (SP), acaba de inaugurar uma nova fábrica, a primeira farmoquímica oncológica de alta potência, com investimentos de R$ 150 milhões, em Itapira (SP), produzindo seis insumos ativos (IFAS) para medicamentos do tratamento de adenomas e cânceres diversos, substituindo importações.
“O Brasil importava até hoje 100% dos insumos para a produção de medicamentos contra câncer e nosso investimento foi todo com capital próprio”, diz Ogari de Castro Pacheco, acionista e presidente do Cristália. “Acabamos de firmar joint venture com a chinesa Nanjing King-Friend para coparticipação no mercado, tanto do que desenvolvermos aqui quanto o que desenvolvermos lá.”
A União Química investiu RS 60 milhões em pesquisa, especialmente em biotecnologia, na sua controlada Bthek, dedicada a biofármacos, e na joint venture Bionovis (detém 25%, com mais três laboratórios nacionais), para medicamentos biotecnológicos. Das sete fábricas da União, duas são para produção de remédios de marcas de terceiros.
A Natulab, que produz fitoterápicos e ocupa a quinta colocação em medicamentos isentos de prescrição no país, acaba de inaugurar nova fábrica de suplementos alimentares, como derivados do ômega 3 e complexos de cálcio e vitamina D. “A companhia dobrou de tamanho em dois anos e deve crescer 29% em 2019”, diz Wilson Borges, CEO da empresa, que faturou R$ 844 milhões em 2018.
Em março deste ano, a empresa investiu RS 30 milhões na aquisição da marca Horatil, da francesa Biocodex, um probiótico para regulação intestinal, que deve representar cerca de 25% de sua receita neste ano.
Já a indiana ACG inaugurou em abril de 2018, em Pouso Alegre (MG), sua mais moderna fábrica de cápsulas gelatinosas para remédios do mundo, na qual investiu desde 2013 o montante de RS 350 milhões. “Estamos crescendo em todos os segmentos do mercado e projetamos aumento de vendas de 20% neste ano”, afirma Roberson Petrungario, CEO do grupo.
A americana Becton Dickison (BD), da área de suprimentos médicos (seringas, cateteres, agulhas) e equipamentos para laboratórios e hospitais, também inaugurou neste ano uma nova fábrica de tubos para coleta de sangue a vácuo, em Curitiba (PR), na qual investiu ao redor de RS 120 milhões. Além disso, a empresa ampliou sua liderança nacional em equipamentos e suprimentos médicos, após a compra da outra americana, a Bard. “Com essa aquisição fortalecemos nossa presença no Brasil com grande competitividade econômica”, diz Waldan D. de Souza, diretor de assuntos corporativos.
A expansão contínua do mercado atraiu ainda a finlandesa de papéis Ahlstrom Munksjõ, para a produção de papéis finos para bulas de remédios e cosméticos. Segundo Luciano Neves, diretor para a América Latina da empresa, de janeiro a abril deste ano as vendas deste tipo de papel dobraram no Brasil. Tal desempenho animou a empresa a fazer, a partir de agosto, seu maior investimento no Brasil: vai aplicar cerca de US$ 100 milhões na modernização da fábrica de Jacareí (SP), aumentando sua capacidade de revestimento simples e duplo de papéis, depois de ter adquirido, em 2018, a unidade de Caieiras (SP) da MD Papéis.