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<p><br></p><p>Confira abaixo a íntegra da matéria postada por Jornal de Brasília. Link:&nbsp;<a href="https://jornaldebrasilia.com.br/noticias/saude/medicamento-brasileiro-inedito-tido-como-capaz-de-reverter-lesao-medular-e-apresentado-em-sp/">Medicamento brasileiro inédito, tido como capaz de reverter lesão medular, é apresentado em SP | Jornal de Brasília</a></p><p><br></p><p class="pf0"><span class="cf0">Vem de um tenro invólucro da vida humana, a placenta, a extração de uma proteína que aponta para dar uma solução para algo que, até agora, a ciência não tinha caminho claro nem nunca tão comemorado: restabelecer a medula espinhal em pessoas que tiveram lesões medulares e perderam movimentos do corpo.</span></p><p class="pf0"><span class="cf0"><br></span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">A pesquisadora brasileira Tatiana Coelho de Sampaio, professora doutora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), se aprofundou em silêncio com uma equipe de biólogos, nos últimos 25 anos, sobre a potência reparadora e multiplicadora da proteína laminina, que atua no sistema nervoso.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Os estudos acabaram gerando o atual medicamento </span><span class="cf0">polilaminina</span><span class="cf0">, uma novidade mundial, apresentada nesta terça-feira (9) pelo laboratório </span><span class="cf0">Cristália</span><span class="cf0">, como capaz de regenerar a medula em pessoas que tiveram rompimento do órgão em acidentes de diversas naturezas e que levaram a uma paraplegia -paralisa dos membros inferiores- ou tetraplegia -paralisia de membros inferiores e superiores.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Durante a fase experimental do antídoto, que é aplicado diretamente na coluna, pacientes tiveram recuperação total de seus quadros, sem sequelas e retomando uma rotina sem restrições.&nbsp;</span>O laboratório ainda precisa apresentar os dados e estudos completos para que a Anvisa tenha condição de avaliar o pedido.</p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0"><b>Posicionamento da Anvisa</b></span></p><p class="pf0"><span class="cf0">A Anvisa tem discutido e orientado à empresa por meio de reuniões técnicas, desde à submissão dos primeiros dados no final de 2022 e início de 2023.</span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Atualmente, a Anvisa aguarda os dados complementares da empresa sobre os estudos pré-clínicos.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Estes estudos são indispensáveis para a avaliar se o produto pode seguir para fase de teste em seres humanos. Os dados submetidos para a Anvisa, até o momento, referem-se aos estudos iniciais da fase pré-clínica (sem uso em seres humanos).</span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Ou seja, não há solicitação referente a este estudo aguardando aprovação da Anvisa. Existe um processo ainda com dados que precisam ser complementados pela empresa.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf1">Conforme di</span><span class="cf0">álogo que a equipe técnica da Anvisa tem mantido com os desenvolvedores, a empresa patrocinadora está realizando os testes não clínicos complementares dentro das normativas regulatórias.</span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Embora os resultados de laboratórios sejam promissores, ainda não é possível fazer qualquer afirmação quanto a segurança e eficácia da substância. Este é um processo normal quando se trata da avaliação de candidatos a medicamentos, visto que a ciência é dinâmica e incerta.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">O processo aberto na Anvisa é para avaliação da proposta de ensaio clínico utilizando-se o produto biológico </span><span class="cf0">Polilaminina</span><span class="cf0"> para o tratamento de lesões de medula espinhal em humanos.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0"><b>Polilamina</b></span></p><p class="pf0"><span class="cf0">Basicamente, a </span><span class="cf0">polilaminina</span><span class="cf0"> é capaz de estimular neurônios maduros, que não iriam mais se desenvolver, a rejuvenescerem e a criarem novos axônios -fios extremamente finos que transportam os impulsos elétricos pelo corpo.</span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Na apresentação do fármaco, 2 dos 8 voluntários que passaram pelo procedimento em estudo acadêmico clínico, aprovado pelos órgãos éticos, e que tinham lesões que haviam comprometido movimentos, estavam presentes.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">A atleta paralímpica de </span><span class="cf0">rugby</span><span class="cf0"> </span><span class="cf0">Hawanna</span><span class="cf0"> Cruz Ribeiro, 27, ficou tetraplégica em 2017 após uma queda de dez metros de altura. Perdeu os movimentos do pescoço para baixo. Três anos depois, foi submetida como voluntária à aplicação da </span><span class="cf0">polilaminina</span><span class="cf0">.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">“Recuperei entre 60% e 70% do controle do meu tronco. Sinto que a sensibilidade na minha bexiga voltou, mas ainda não sou independente nessa questão. Não tenho nenhuma dúvida das minha melhora”, afirmou.</span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Já Bruno </span><span class="cf0">Drummont</span><span class="cf0"> de Freitas, 31, lembra de ter o corpo completamente paralisado do pescoço para baixo após um acidente de trânsito. Ele recebeu a </span><span class="cf0">polilaminina</span><span class="cf0"> 24 horas após o trauma.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">“Em cinco meses, mais ou menos, eu já estava completamente recuperado. Tenho uma rotina normal, faço esportes e não passo mais por nenhum tipo de tratamento. Tenho consciência do quanto é importante para milhares de pessoas o que estou relatando, mas não tenho dúvidas. Eu me recuperei totalmente e poderia estar tetraplégico.”</span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Na aplicação em cães que tiveram lesões não provocadas, os resultados também impressionaram os pesquisadores, com a retomada total da marcha naqueles que tiveram o órgão neural rompido. Em ratos de laboratório, os efeitos da aplicação aconteciam em 24 horas.</span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">O medicamento já está sendo produzido na planta de biotecnologia do </span><span class="cf0">Cristália</span><span class="cf0">, a partir de placenta doada por mulheres saudáveis que são acompanhadas durante toda a gravidez.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">“Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Estou muito emocionado. Estamos vivendo um dia histórico para o mundo aqui”, afirmou o médico </span><span class="cf0">Ogari</span><span class="cf0"> Pacheco, fundador e presidente do conselho do </span><span class="cf0">Cristalia</span><span class="cf0">.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"><span class="cf0">Acidentes, mergulhos, quedas e ferimentos à bala, por exemplo, podem causar um deslocamento ósseo na coluna e promover um esmagamento da medula, que, danificada ou rompida, deixa de conduzir as informações cerebrais para os comandos dos movimentos.</span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Até então, nenhum método efetivo para que o tecido nervoso fosse renovado havia sido apresentado pela ciência, o que torna o feito como algo extremamente importante para a ciência e para a humanidade, caso todas as formas de comprovação estejam cumpridas, o que ainda não é o caso da </span><span class="cf0">Polilaminina</span><span class="cf0">.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">“A todo momento a gente se pergunta se vai se decepcionar, é uma dúvida. O que me dá segurança é o retorno e a interação com quem está a minha volta e os resultados que estamos vendo. Tento fazer o meu melhor. Sou honesta em mostrar o que está acontecendo”, declarou a pesquisadora Tatiana.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Hospitais de São Paulo, como o Hospital das Clinicas e a Santa Casa, já estão preparados para fazer as aplicações da </span><span class="cf0">Polilaminina</span><span class="cf0"> quando autorizados pela Anvisa. O procedimento, inicialmente, só será realizado em pacientes com diagnóstico de lesão medular recente, depois de três meses, no máximo.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Os estudiosos afirmam que a medicação, comprovadamente, não causa nenhum dano colateral aos pacientes, o que passará por mais testes após a aprovação da Anvisa. Lesões mais antigas também são impactadas com o medicamento, segundo os pesquisadores, mas o resultado depende do comprometimento do paciente com o pós-operatório.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">“Não vendemos </span><span class="cf0">ilusções</span><span class="cf0">, trazemos evidencias. Os resultados não iguais para todos. Mostramos que quando mais rápida a </span><span class="cf0">aplicalção</span><span class="cf0">, melhor o resultado. Estamos também trabalhando casos crônicos também e estamos avançando. Experimentalmente, temos resultados promissores”, disse </span><span class="cf0">Ogari</span><span class="cf0"> Pacheco.</span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Especialistas consultados pela reportagem afirmaram que a </span><span class="cf0">a</span><span class="cf0"> iniciativa é extremamente promissora, mas ainda pedem cautela. Os resultados são esperados com melhor desenvoltura para aqueles que tiram traumas recentes.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">O processo de patente do medicamento e seu ineditismo mundial já foi instalado, mas pode demorar ainda vários anos para se concretizar. Todas as duplicações dos estudos, em laboratórios fora de onde foi desenvolvida a pesquisa, foram realizados e confirmaram a efetividade do método.</span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">A divulgação do estudo científico está sendo postergada, segundo os envolvidos na pesquisa com a </span><span class="cf0">polilaminina</span><span class="cf0">, para proteger o ineditismo e o impacto do método.</span></p><p class="pf0"><span class="cf0"><br></span></p><p class="pf0"><span class="cf0"><br></span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">ENTENDA AS DIFERENÇAS ENTRE PARAPLEGIA E TETRAPLEGIA</span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Segundo o médico Hugo </span><span class="cf0">Sterman</span><span class="cf0"> Neto, neurocirurgião do Hospital Vila Nova Star, da Rede D’</span><span class="cf0">Or</span><span class="cf0">, paresia é o termo usado para descrever fraqueza de braços e pernas. Paraparesia é a incapacidade parcial de movimentar os membros inferiores. Na tetraparesia, atinge os braços e as pernas.</span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Plegia significa que a fraqueza é total e tem ausência de movimento. Toda paraplegia ou tetraplegia é uma paresia, mas de grau mais intenso, onde há a perda do movimento.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">“Quando falamos em paraplegia, significa que há uma lesão na medula espinhal -tecido dentro do canal medular, na coluna, que leva os movimentos para a perna- em um nível até acometer um pouco abaixo do braço. Então, se eu machucar a medula da T2 para baixo, vou ter paraplegia ou paraparesia. Da T2 para cima, posso ter acometimento dos braços e das pernas. É a tetraparesia ou tetraplegia”, diz o especialista.</span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">“Os braços são controlados por movimentos dos nervos que saem entre a quinta vértebra cervical e a primeira vértebra torácica -C5 a T1. Lesões na medula cervical dão a tetraplegia ou tetraparesia; na torácica, ocasionam a paraplegia ou paraparesia”, explica Hugo.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Não são somente os acidentes que causam as duas condições. Há outros fatores como doenças inflamatórias (esclerose múltipla, por exemplo), tumores na medula, fraturas na coluna devido à osteoporose, compressões na medula por causa de envelhecimento e artrose na coluna.</span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">“Essas lesões da medula podem ser de intensidade muito grande, menor ou de forma súbita. Acho que o caso mais emblemático é a fratura ou a luxação da coluna e ter um estrangulamento ou um esmagamento da medula, que leva a lesão”, afirma o neurocirurgião.</span></p><p> </p>
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Polilaminina Dra. Tatiana Coelho Sampaio UFRJ