Loading...


<p>Confira abaixo a íntegra da matéria postada pelo G1. Link:&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/ciencia/noticia/2025/09/13/polilaminina-proteina-natural-lesao-medular-especialista-explica.ghtml">Do freezer para a medula: como funciona e quais as vantagens de proteína que pode revolucionar o tratamento de vítimas de lesões</a></p><p><br></p><p class="pf0"><span class="cf0">Uma proteína desenvolvida a partir da placenta humana reacendeu a esperança de pacientes com lesão na medula espinhal </span><span class="cf1">— condi</span><span class="cf0">ção que pode causar perda parcial ou total dos movimentos e, até hoje, não tem tratamento capaz de reverter o dano.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"><span class="cf0">A substância, chamada </span><span class="cf0">polilaminina</span><span class="cf0">, vem sendo estudada há mais de 20 anos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O composto é uma versão recriada em laboratório da laminina, proteína presente no desenvolvimento embrionário e que ajuda os neurônios a se conectarem.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">A expectativa é que, aplicada no ponto da lesão, ela estimule os nervos a criarem novas rotas e restabelecerem parte dos movimentos.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"><span class="cf0">Mas qual diferença para as células-tronco?</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"><span class="cf0">Em entrevista ao programa Edição das 08h, da </span><span class="cf0">GloboNews</span><span class="cf0">, o professora e pesquisador da UFRJ Tatiana Sampaio explicou a diferença entre o tratamento com a </span><span class="cf0">polilaminina</span><span class="cf0"> e as terapias com células-tronco.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Ambos os casos têm em comum o fato de tentarem reproduzir processos naturais do corpo. A </span><span class="cf0">polilaminina</span><span class="cf0">, porém, é uma alternativa mais simples: além de ser natural, ela não é um organismo vivo, mas uma proteína </span><span class="cf1">– assim como o col</span><span class="cf0">ágeno </span><span class="cf1">–, um produto biol</span><span class="cf0">ógico que não provoca rejeição.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">"A </span><span class="cf0">polilaminina</span><span class="cf0"> é idêntica em todos os seres humanos: a minha é igual à sua. Se eu extraísse </span><span class="cf0">polilaminina</span><span class="cf0"> da minha placenta e aplicasse em você, não haveria problema, porque o corpo não a reconheceria como algo estranho" explica a professora e pesquisador da UFRJ.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"><span class="cf0">As células-tronco, por outro lado, são diferentes. Cada pessoa tem uma, como se fosse um "código de barras" único, específico de cada corpo. Quando você coloca uma célula de alguém em outra pessoa, o organismo identifica que não é próprio e reage com rejeição, o que pode causar complicações.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"><span class="cf0">Por isso, terapias com células exigem imunossupressão, que sobrecarrega a saúde do paciente. "Já a </span><span class="cf0">polilaminina</span><span class="cf0"> pode ser mantida pronta no freezer do hospital e usada imediatamente quando o paciente chega, sem manipulações complexas. É o mesmo tratamento para todos, dispensa imunossupressão e tem custo mais baixo", completa Tatiana Sampaio.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0"><b>Próximas etapas do estudo</b></span></p><p class="pf0"><span class="cf0">Os locais para as próximas fases do estudo já estão definidos: será no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC USP) e na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - Hospital Central.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Porém, o grupo de pacientes será pequeno e ainda não está determinado, porque essa próxima etapa será feita com lesões muito agudas </span><span class="cf1">— ou seja, nos primeiros dias ap</span><span class="cf0">ós o trauma, cerca de três ou quatro dias.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">São pessoas que ainda vão sofrer essas lesões e serão identificadas nas emergências dos hospitais. A seleção será definida futuramente, quando o estudo estiver aberto.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">A pesquisadora aponta que desde 2022, estão acontecendo reuniões com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aprovação para uso clínico da </span><span class="cf0">polilaminina</span><span class="cf0">.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Segundo Tatiana Sampaio, a Anvisa está negociando diretamente com o laboratório </span><span class="cf0">Cristália</span><span class="cf0"> </span><span class="cf1">– empresa respons</span><span class="cf0">ável pelo desenvolvimento em parceria com a UFRJ.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Anvisa, por outro lado, alerta que ainda não há autorização para uso em humanos e cobra dados de segurança antes da próxima fase. (veja abaixo o que diz a Agência)</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0"><b>Resultados em cães</b></span></p><p class="pf0"><span class="cf0">Um estudo publicado em agosto na revista </span><span class="cf0">Frontiers</span><span class="cf0"> in </span><span class="cf0">Veterinary</span><span class="cf0"> Science avaliou a </span><span class="cf0">polilaminina</span><span class="cf0"> em seis cães paraplégicos, que não conseguiam andar mesmo após cirurgia e meses de fisioterapia. Alguns estavam sem se movimentar havia anos.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Depois da aplicação da substância diretamente na medula, quatro dos animais conseguiram voltar a dar passos e melhorar a firmeza da marcha. Dois tiveram avanços mais discretos. Os efeitos foram acompanhados por seis meses.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Não foram registrados efeitos colaterais graves: apenas um caso de diarreia foi relatado, sem ligação comprovada com o medicamento.</span></p><p class="pf0"><span class="cf0"><br></span></p><p class="pf0"><span class="cf0"><br></span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0"><b>Testes em voluntários</b></span></p><p class="pf0"><span class="cf0">Além dos cães, a </span><span class="cf0">polilaminina</span><span class="cf0"> também já foi aplicada em pequenos grupos de pacientes brasileiros em caráter experimental, dentro de protocolos acadêmicos.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Segundo os pesquisadores, alguns voluntários que haviam perdido completamente os movimentos abaixo da lesão recuperaram parte da mobilidade </span><span class="cf1">— algo considerado improv</span><span class="cf0">ável sem intervenção. Houve relatos que variaram de pequenos movimentos a ganhos mais amplos, como controle de tronco e até passos com auxílio.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">O número de pessoas testadas, porém, ainda é muito pequeno </span><span class="cf1">– foram oito volunt</span><span class="cf0">ários</span><span class="cf1">– e os cientistas ressaltam que os resultados precisam ser confirmados em estudos maiores e controlados.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf1"><b>O que diz a Anvisa</b></span></p><p class="pf0"><span class="cf1">A Ag</span><span class="cf0">ência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que ainda não há pedido de aprovação para uso clínico da </span><span class="cf0">polilaminina</span><span class="cf0">. O processo em análise é apenas a proposta de um ensaio clínico regulatório.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">De acordo com a agência, os dados apresentados até agora são iniciais e se referem à fase não clínica </span><span class="cf1">— ou seja, resultados de laborat</span><span class="cf0">ório e em animais.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">“A empresa responsável precisa complementar as informações de segurança antes que os testes em humanos, dentro das regras regulatórias, possam começar”, afirma a agência à reportagem.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0"><b>O caminho até chegar aos pacientes</b></span></p><p class="pf0"><span class="cf0">Para que a </span><span class="cf0">polilaminina</span><span class="cf0"> chegue de fato a hospitais e ao Sistema Único de Saúde (SUS), ainda será necessário:</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0">Concluir estudos pré-clínicos </span><span class="cf1">– comprovar aus</span><span class="cf0">ência de riscos em animais.</span></p><p class="pf0"><span class="cf0">Iniciar ensaios clínicos regulatórios em humanos </span><span class="cf1">– come</span><span class="cf0">çando pela fase 1, voltada à segurança em pequeno grupo.</span></p><p class="pf0"><span class="cf0">Ampliar os testes nas fases 2 e 3 </span><span class="cf1">– avaliar efic</span><span class="cf0">ácia, doses adequadas e efeitos adversos em populações maiores.</span></p><p class="pf0"><span class="cf0">Solicitar registro sanitário </span><span class="cf1">– s</span><span class="cf0">ó então o medicamento pode ser comercializado.</span></p><p class="pf0"><span class="cf0">Esse processo costuma levar anos e envolve análises rigorosas.</span></p><p class="pf0"><span class="cf0"><br></span></p><p class="pf0"><span class="cf0"><br></span></p><p class="pf0"></p><p class="pf0"><span class="cf0"><b>Expectativa e cautela</b></span></p><p class="pf0"><span class="cf0">Os avanços em animais e nos primeiros voluntários sugerem um caminho promissor. Mas, até que todas as etapas sejam cumpridas e a eficácia confirmada em larga escala, não há tratamento disponível.</span></p><p class="pf0"><br></p><p class="pf0"><span class="cf0">Ainda assim, a </span><span class="cf0">polilaminina</span><span class="cf0"> segue como uma das pesquisas mais relevantes em um campo que ainda busca solução definitiva: a regeneração da medula espinhal.</span></p>
Compartilhe
Tags
Polilaminina UFRJ Anvisa